Este final de semana viajei para Minas Gerais, aproveitando o feriado e o fato de minhã irmã caçula estar morando por lá. O principal roteiro da viagem: visitar o Inhotim, um dos principais museus de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior espaço dedicado a arte ao ar livre da América Latina. O passeio foi ótimo e Inhotim vale (e muito) a visita, mas não é sobre isso que vou falar, então quem quiser saber mais sobre o lugar, é só visitar o site oficial. Aproveitei para ilustrar o post com imagens de lá e assim dar uma quebrada no teor de reclamação. ;)

Todo mundo que viaja para longe (e a turismo) sabe que são 3 as reservas básicas na maioria dos casos: passagens aéreas, hospedagem e locomoção local. Em Belo Horizonte, o aeroporto fica muito longe da cidade, assim como o lugar onde eu me hospedaria (casa da minha irmã). Somar a isso a viagem planejada para Inhotim e a opção mais lógica seria o aluguel de um carro.
Como seríamos 6 pessoas, precisei pesquisar e reservar um carro grande, estilo mini-van. Nenhum outro me atenderia bem e alugar dois carros não era uma opção. Pesquisando nas principais locadoras, achei um Doblô disponível apenas em duas: Localiza e Hertz. Na Localiza o preço aparecia sem unidade monetária e era mais barato então reservei. Na confirmação me apareceu o valor em dólares, que o tornava quase 50% mais caro que o da Hertz. Voltei atrás e fui para a tradicional marca americana.

Ao chegar no aeroporto, fui até o guichê da empresa buscar meu carro, apenas para descobrir que eles não tinham nenhum deles disponível e que havia uma ‘seca de carros’ no aeroporto. Ou seja, meu carro para 7 passageiros não estava disponível. Era o começo de um grande problema. Como, com outras 5 pessoas, poderia eu viajar para Inhotim? Expliquei minha situação à pessoa que me atendeu, e me foi oferecido, como solução, o aluguel de 2 carros. Expliquei que não resolveria meu problema, pois seriam 2 estacionamentos, tanques de gasolina, eventuais pedágios e que logísticamente não atenderia minhas necessidades tão pouco.
Expliquei isso ao atendente, que me ofereceu, como se estivesse me fazendo um favor, um carro maior, mais espaçoso, melhor: um CItröen C4 ou uma EcoSport. Falei, novamente, que isso não me atenderia, pois eu teria que transportar 6 pessoas e não seria possível fazer isso com esses carros. Não havia opção e a viagem a Inhotim, já com os ingressos comprados, seria na manhã seguinte. Perguntei novamente: “não há nenhum Doblô no pátio?”. O atendente então me responde: temos dois, mas são devoluções de carros de filiais do Rio de Janeiro, então não podem ser alugados. Que sentido isso faz? Por mais que sejam franquias, não é possível resolver o problema do cliente que está a frente? Processos, para que te quero!?
Bom, sem muita escolha, acabei aceitando o C4, modelo bastante espaçoso e fui obrigado, por culpa da incompetência e falta de planejamento da locadora, a burlar as leis de trânsito (e torcer para que não me pegassem). Para reservar o carro foi necessário o bloqueio de R$ 3.500,00 do meu cartão de crédito, o que me fez pensar: e quem não tem limite em seu cartão, faz o que? Enfim, apenas mais uma, evitei pensar muito a respeito disso. Estava cansado e queria chegar logo em casa … Já com essa sensação negativa da Hertz, e logo antes de esperar eternos 10 minutos pela van da locadora, o atendente me avisa: não esquece de devolver o carro com o tanque cheio, pois caso contrário cobramos 8 reais por litro (sim, 8 reais por litro) para completar novamente o tanque.

Fim-de-semana finalizado, sem multas ou contra tempos, na volta ao aeroporto não consigo deixar de pensar: como pode a Hertz querer cobrar OITO REAIS por litro de gasolina!? Com certeza eles devem torcer para que o tanque chegue vazio, para assim lucrar em cima do trouxa do seu cliente. Imaginemos uma jornada simples de locação e vejamos a análise do serviço da marca:
- Reserva: Ótima – Fácil de encontrar o carro, preço bom em comparação com a concorrência.
- Retirada: Horrível – Não tinham o carro e além de não resolver o problema principal, criaram novos.
- Utilização: Boa – Tirando o fato de eu precisar transportar mais pessoas do que o permitido, o carro funcionou bem, apesar de estar já bem acabado para um carro de locadora (mais de 25 mil kilômetros).
- Devolução: Péssima – Não consegui deixar de pensar no valor da gasolina caso devolvesse o carro de tanque vazio. No momento de “despedida” do serviço só pensei em como o modelo de negócio estava criado para tentar se aproveitar do cliente. Cheguei perto do aeroporto com o tanque vazio e fui até uma cidade próxima só para não dar o braço a torcer!
- Nota 1 – Em uma pesquisa rápida, descobri que o modelo de locação de carros foi iniciado em, pasmem, 1918, com a empresa Rent-a-Car por Walter L. Jacobs com uma frota de 12 carros Ford, modelo T. Essa mesma empresa se tornaria a Hertz e seguiria sendo administrada pelo Sr. Jacobs.
- Nota 2 – Em março deste ano escolhi a Hertz para alugar um carro em uma visita a Disney. Não poderia ter sido uma experiência melhor: o carro funcionou perfeito, a devolução foi rápida e o atendimento na retirada foi um dos melhores que já vi!

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