Escrevo este texto em meu telefone enquanto espero pacientemente no carro por minha namorada. Há pouco um desatinado acabou de me cortar a frente e quase atropelar um pedestre. Esse é o país e, principalmente, a cidade – São Paulo – onde vivo atualmente. Um lugar onde cada um luta de maneira solitária por sua sobrevivência e no qual não parece existir realmente regras (pois são todas ignoradas).
As fotos extraídas da minha timeline no facebook que ilustram o texto mostram um pouco mais o estado de caos e absoluta falta de harmonia em que nos encontramos no país do samba, futebol e carnaval, no país onde o povo é feliz e hospitaleiro. Baita bobagem!
Nos fazem acreditar – o governo potencializado pela mídia – que tudo está bem, que caminhamos rumo ao fim da miséria e que nossos indicadores econômicos estão melhores do que nunca. Mas nas ruas, o que vejo por todas partes é um bando de zumbis manipulados vivendo essa falsa ideia que lhes foi imposta por um lado; ou por outro, pessoas que mesmo acordadas para a realidade encontram-se totalmente sem força para agir. Impotentes, incapazes, paralizadas pela grandiosidade da roubalheira, corrupção e inescrupulosidade de poucos.
Acabo de voltar de minhas férias no Chile e devo dizer que fiquei envergonhado do nosso Brasil. Quando perguntado, não tive como mentir para meus amigos da adolescência que encontrei por lá: “meu país é uma merda se comparado ao de vocês”, tive que dizer. Já viajei muito pelo mundo e percebo que, enquanto antigamente eu era o primeiro a levantar a voz e lutar pela nossa nação, hoje vejo o quão imbecis em realidade todos nós brasileiros somos.
Vivemos em um país em sua grande maioria ruim, péssimo, sem nenhuma condição – independentemente da classe social. Todos saem perdendo. Aceitamos nossa situação até porque, aparentemente, não temos muito o que fazer para mudá-la. Exemplos simples e recentes como o abaixo assinado contra Calheiros ou o do pastor homofóbico estão aí para ilustrar meu ponto.
Vivo meu dia a dia trabalhando para melhorar nosso país, seja ajudando grandes empresas a se humanizar e tratar melhor seus clientes através de seus serviços, seja ensinando uma nova geração de inovadores inquietos e altamente dispostos a mudar o mundo a como realmente tirar suas novas e revolucionárias ideias do papel. Mas não é suficiente. Enquanto “muitos” de nós estão fazendo esse trabalho de formiguinha, plantando novas sementes, temos um seleto grupo de gigantes – principalmente do governo – com poderosas e monstruosas máquinas criadas para podar toda e qualquer iniciativa. Além do mais, e infelizmente, todos se corrompem em maior ou menor grau no dia a dia, achando que “tudo bem, isso não é nada, todos fazem isso” ou “ah! mas esse meu gesto não se compara ao dos políticos”. Então eu pergunto a vocês: como plantar o bem se o terreno nao é nada fértil e há gente por todos lados ansiosa por exterminar tudo o que é realizado? Cada um por si, meu amigo!
Depois quando as pessoas vão embora para não mais voltar, só nos resta dizer “ah, mas o Brasil é o Brasil, né?”. Sim, para nós otários!
Vi esses dias em alguma foto no instagram o dizer “a vida é curta demais para se viver em SP”. Acho que talvez seja curta demais para estar em qualquer lugar do Brasil, onde as relações são desiguais, onde o que vale realmente é o cada um por si.
Se nosso país fosse uma empresa e existisse um mercado livre, com portabilidade, certamente a grande maioria de nós já teria migrado para vários concorrentes, que não se encontram tão longe assim. Que bom seria se assim fosse…
Se alguém esperava alguma resposta do meu texto, uma solução, pois não há. Por outro lado, o que está aqui mostra claramente que vivemos em um momento de despertar na sociedade brasileira. Aos poucos as pessoas estão se levantando, em ebulição, e mais cedo ou mais tarde a tampa dessa panela de pressão vai voar. Este aqui é apenas mais um desses desabafos, um grito desesperado de alguém que ainda não desistiu de plantar sem tanto colher.
Boa Betinho! Sabe que por mais que também acho que estou contribuindo para as coisas melhorarem, cada vez que vou lá fora me ligo que tornar o Brasil um pais amigável é meio que uma luta sem sentido, pois o que tá ai é a media das pessoas, não adianta se iludir que a maioria são do bem mais é porque são pobrezinhas e sem comunicação para abrir o bico, é a maquina inteira que tá destroçada pela corrupção pós ditadura, e digo que o problema tá na constituição do país, enquanto formos uma federação e cada estado não tiver a sua independencia, o norte vai sempre ter que estar tirando grana do sul e coisa já começa errada lá em cima, com interesses auspiciosos sobre gastos publicos que “não fecham”.
E como Brasileiro gosta do Samba, Carnaval e Capirinha, nunca vai rolar uma guerra civil para alguém atirar em todos os politicos e decidir separar o espólio.
Abraços!